segunda-feira, 14 de julho de 2008

França-98, dez anos


Boa lembrança me deu o amigo Dassler Marques, com seu pertinentíssimo post sobre a final da Copa de 98. No sábado, fez dez anos da conquista francesa sobre o Brasil, naquela que foi a maior derrota da seleção brasileira em Copas.

Já disse PVC que quem mais entende de futebol é o garoto por volta de seus dez, quinze anos. Tenho mais lembranças daquela Copa, quando tinha 14 anos, do que tenho dos Mundiais de 2002 e 2006. Se em 94, aos dez, vibrei com a conquista logo na primeira Copa que assistia do começo ao fim, em 98 devorei tudo o que havia sobre o último Mundial do século. Vivenciei com a emoção de uma criança que vai pela primeira vez ao estádio.

Por isso, lembro com exatidão aquele domingo. Eu no sofá de casa, com a camisa da seleção e um pacote enorme de Fandangos. Minha prima ao lado, meus pais no outro sofá. Lembro de toda a tensão pré-jogo, e de ter comemorado a escalação de Edmundo. Após o jogo, uma decepção incomensurável não só pela derrota, mas pela espera que parecia interminável por mais quatro anos para outra Copa.

Aquele foi talvez o último jogo em que eu torci verdadeiramente pela seleção. Com alma de torcedor. De se ajoelhar, de gritar, de chorar a derrota. E se é na derrota se que aprende, aprendi numa das maiores derrotas, e sendo assim da maneira mais contundente, que deixava de ser um torcedor apaixonado, um menino, para me transformar em um analista crítico.

Faz dez anos que Zidane me fez viver o meu próprio Maracanazzo. Tal qual na vida, no futebol parece que precisamos sempre passar por um grande trauma para deixarmos a fase da inocência. E foi exatamente o que aconteceu, há dez anos.

Como o tempo passa.

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