quinta-feira, 15 de maio de 2008

Craques da Copa - Garrincha



Imprevisível, mágico, explosivo. Garrincha era tudo isso e muito mais. Com seus dribles lendários, o "anjo de pernas tortas" levou o Brasil nas costas na Copa de 62 e formou com Pelé um ataque lendário na seleção brasileira.

De infância pobre, jogava pelada nas favelas cariocas mesmo tendo uma perna seis centímetros menor que a outra. O apelido, Garrincha, foi dado por um de seus 12 irmãos, por dizer que ele parecia uma desajeitada ave do Pantanal. Apesar das dificuldades e das várias negativas que recebeu de diversos clubes, foi aceito no Botafogo em 1953 por indicação de Gentil Cardoso, titular da época que vira o franzino atacante jogar em um dos inúmeros campos de terra batida da cidade maavilhosa.

Aos poucos, seu futebol ágil e impressionante, de dribles desconcertantes, foi chamando a atenção do público e da imprensa. Quando Garrincha já era uma realidade, e não uma promessa, liderando o time do Botafogo na conquista de três campeonatos cariocas, recebeu outro apelido: "a alegria do povo".

Demorou dois anos para ser convocado para a seleção brasileira. Sua estréia foi num empate com o Chile em 1 a 1. Na Copa da Suécia, ajudou o Brasil a conquistar o primeiro título mundial, fazendo parte do fabuloso grupo que tinha como principais estrelas Didi, Vavá e Zagallo. Garrincha jogou a partir da segunda fase, estreando em Copas juntamente com um franzino garoto de 17 anos chamado Pelé. O Brasil tornou-se o primeiro campeão mundial invicto da história, mas esse não foi o principal feito de Manuel dos Santos - sim, ele mesmo - pela seleção canarinho.

Na Copa de 62, já titular ao lado de Pelé, Garrincha assumiu a responsabilidade de liderar o time após a contusão do Rei. Marcou quatro gols, sendo um dos artilheiros do Mundial, e foi eleito melhor jogador do torneio. Após a vitória brasileira na semifinal contra os anfitriões chilenos, um jornal da capital Santiago estampava em letras garrafais: "De que planeta veio Garrincha?". Isso dá uma dimensão de como ele era idolatrado.

Na Copa de 66, entretanto, o Brasil foi uma pálida sombra da equipe de quatro anos antes e, dessa vez, Garrincha não conseguiu carregar o time nas costas, pois mais uma vez Pelé foi caçado em campo e deixou o Mundial contundido. Embora tenha marcado um gol, o Mané, como era carinhosamente conhecido, não evitou a eliminação brasileira ainda na primeira fase.

Após a Copa, ele deixou o Botafogo e teve passagens apagadas pela Colômbia e pela França, voltando para jogar no Corinthians. Jogou ainda no Flamengo e encerrou melancolicamente sua carreira no Olaria. Nessa época, um outro grave problema já deixara-o irreconhecível: a bebida. Alcoólatra inverterado, Garrincha bebia desde muito novo e o vício o havia vencido. Uma cirrose grave consumiu-o aos poucos e o craque, o ídolo das multidões, morreu aos 49 anos. Milhares de pessoas acompanharam seu enterro e a frase que ficou era simples como a mente do craque: Garrincha era um homem com alma de criança.

Nome : Manuel dos Santos ("Mané" Garrincha)
Data de nascimento: 28/10/1933
Data de morte: 20/01/1983
Local de nascimento: Río de Janeiro

Carreira:

Em clubes:
1953 - 1966: Botafogo (onde fez cerca de 230 gols)
1966 - 1967: Corinthians
1967 - 1968: Barranquilla (Colômbia)
1968 - 1969: Flamengo
1969 - 1971: Red Star (França)
1972 - 1973: Olaria

Na seleção:
12 gols em 50 jogos (4 na Copa de 62 e 1 na Copa de 66)

Títulos:
Campeão da Copa de 58
Campeão da Copa de 62
Artilheiro e melhor jogador da Copa de 62
Campeão Carioca de 1957, 1961 e 1962

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