quinta-feira, 14 de maio de 2009

História das Copas - Inglaterra 1966 (parte I)

Os inventores do futebol foram presenteados pela FIFA com a organização do Mundial de 66. Semanas antes do início da Copa, a taça Jules Rimet foi roubada e achada misteriosamente num lixão por um cachorro chamado Pickles. Muitos, entretanto, acreditam que a história seja uma farsa, apenas para promover o torneio.

A preparação do Brasil foi bastante turbulenta, sofrendo várias derrotas em amistosos e padecendo de uma péssima organização. O técnico Vicente Feola era duramente criticado por não definir um time titular e um esquema de jogo.

Além do Brasil e da anfitriã Inglaterra, Portugal de Eusébio - que se classificara de maneira invicta eliminando os vice campeões tchecos - e Alemanha eram cotados como favoritos. Argentina, Uruguai e Chile foram os outros representantes da América do Sul, enquanto a Coréia do Norte qualificou-se de maneira heróica ao derrotar a Austrália, após a desistência da Coréia do Sul. Todavia, não era a primeira peça que os norte-coreanos iriam pregar. Na Europa, os favoritos Espanha, Itália e França se classificaram, enquanto que o México foi, mais uma vez, o representante da Concacaf.

O Brasil foi à Inglaterra a passeio. Essa é a conclusão que se pode tirar do desastre canarinho na terra da rainha. Cedendo a pressões, o técnico Vicente Feola convocou 44 jogadores para a preparação da Copa, definindo os 22 escolhidos apenas duas semanas antes do início do Mundial. Ainda com toda essa bagunça, o Brasil conseguiu vencer na estréia, derrotando a Bulgária por 2 a 0, com gols de Pelé e Garrincha, de falta. Pelé, entretanto, machucou-se logo na primeira partida, assim como havia acontecido em 62. Os zagueiros caçavam-no em campo de maneira tão feroz que o Rei conviveu com outro drama: suas únicas duas contusões sérias foram nas Copas de 62 e 66. No segundo jogo, uma derrota inexplicável para a já frágil Hungria por 3 a 1. Tostão fez o gol de honra brasileiro.

Para o jogo decisivo contra Portugal, um reforço inesperado: Pelé estava recuperado e jogaria. O técnico brasileiro sofria pressão de todos os lados e trocou nove jogadores do time que perdera para os húngaros. Novamente, Pelé foi caçado em campo e, novamente, a falta de entrosamento causada pelo despreparo custou ao Brasil a vitória: 3 a 1 para o empolgado time português, comandado por Eusébio, o craque da Copa. Era o fim do sonho do tri consecutivo.

A eliminação do Brasil na primeira fase não foi a única - e nem a maior - surpresa dessa Copa. Os norte-coreanos aprontaram o que, se levadas em conta as condições, foi a maior zebra da história das Copas. Após perderem para a União Soviética por 3 a 0 e arrancarem um empate sofrido com o Chile, a Coréia do Norte enfrentou a Itália, favorita do jogo, sem muitas pretensões. Talvez o salto alto tenha sido o fator principal que custou a vitória aos italianos: no final do primeiro tempo, Doo Ik Pak marcou o gol histórico que eliminou a Squadra Azurra da Copa. Mas as façanhas coreanas, acreditem, não pararam por aí.

No grupo 1, os anfitriões ingleses classificaram-se sem dificuldades após 2 vitórias e um empate, juntamente com o Uruguai. O México conseguiu dois empates e terminou na frente da França, embora ambos tenham sido eliminados. No Grupo 2, Alemanha e Argentina se classificaram, em mais um fracasso espanhol. Estavam então definidas as quartas-de-final: Inglaterra x Argentina, União Soviética x Hungria, Alemanha x Uruguai e Portugal x Coréia do Norte.

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