sexta-feira, 29 de maio de 2009

Façam suas apostas


É neste domingo que a Fifa anuncia as doze cidades-sede da Copa de 2014 no Brasil. Por mais que o termo "critérios técnicos" seja repetido à exaustão para assegurar que não houve influência política na escolha, é sabido que o exagero na desculpa torna o ladrão mais culpado.

Por isso, vale um exercício de futurologia para o anúncio que é o segundo mais importante depois do país sede em si. Vale lembrar que a Fifa adiou a data por duas vezes e cedeu à pressão da CBF, que queria 12 cidades, enquanto a entidade pedia 10. Prova da força política.

Eis as doze cidades que acredito que devam levar:

Rio de Janeiro
São Paulo
Belo Horizonte
Porto Alegre
Curitiba
Brasília
Cuiabá
Manaus
Fortaleza
Salvador
Recife
Natal

Parece bem claro que, das dezessete concorrentes, nove já estavam garantidas. A briga final ficaria para a sede pantaneira (Campo Grande / Cuiabá), mas a vontade política do Mato Grosso deve ser maior, em detrimento da infra-estrutura um pouco melhor da capital sul-matogrossense.

Da mesma forma, o impacto da candidatura manauara, a que promete gastar mais em um novo Vivaldão, bate Belém e a remodelação do Mangueirão pelo direito da sede amazônica, exigência da Fifa.

A última vaga fica aberta entre quatro cidades. A grande surpresa - e capital importante fora da Copa, como tem sido noticiado nos últimos dias - deverá ser Goiânia, que no plano inicial era quase certa. Perdeu espaço pela proximidade a Brasília. Rio Branco tinha a candidatura mais modesta, e concorria pela vaga amazônica. Na briga entre Natal e Florianópolis, vence a menor distância entre o Brasil e a Europa e o equilíbrio das sedes - seis para o Norte/Nordeste, seis para o Sul/Sudeste e Centro-Oeste. Por mais que a capital catarinense possua até melhor infra-estrutura hoteleira que as vizinhas, três estádios apenas na região sul seria algo muito dífícil.

E você, em quem aposta para as sedes da Copa?

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Técnico de Camarões pede demissão


O alemão Otto Pfister pediu demissão do cargo de técnico da seleção de Camarões nesta quarta-feira, após se desentender com o ministro dos Esportes do país, pouco antes de uma viagem para treinamentos da seleção na Bélgica.

Apesar de a Federação Camaronesa de Futebol não confirmar a saída de Pfister, o porta-voz do Ministro dos Esportes, Linus Pascal Fouda, se manifestou afirmativamente. "A informação é correta, mas não posso falar mais nada além disso", disse.

Pfister, 71, estava à frente dos Leões Indomáveis desde 2007, tendo sido vice-campeão da Copa Africana de Nações no ano passado. O treinador, que dirigiu a seleção de Togo na Copa da Alemanha, vinha sendo fortemente criticado desde a derrota exatamente para Togo, por 1 a 0, na primeira partida do Grupo A pela fase final das Eliminatórias africanas para a Copa de 2010.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

História das Copas - Inglaterra 1966 (parte II)

Ao se classificar para enfrentar Portugal, a sensação da Copa, a Coreia do Norte já havia conquistado um grande feito, e muitos imaginavam que pararia por ali. Mas não foi o que os coreanos queriam: logo a um minuto de jogo, Seung Zin Pak abriu o placar, espantando a todos. Mas isso não era tudo: Li e Yang ampliaram para uma surpreendente vantagem de 3 a 0.

O time português parecia liquidado, mas dois gols de Eusébio, um de pênalti quando o primeiro tempo já terminava, animaram novamente os lusitanos, que voltaram com tudo para o segundo tempo e jogaram uma partida memorável, virando o placar para 5 a 3, um dos maiores jogos de todos os tempos. Acabava ali a aventura norte-coreana.

Nos outros jogos, a Alemanha não teve dificuldades para massacrar o Uruguai por 4 a 0, diferente dos donos da casa, que só marcara um gol na Argentina a 12 minutos do fim. No outro jogo das quartas-de-final, a União Soviética venceu a Hungria por 2 a 1 em uma partida muito truncada. Os portugueses enfrentariam agora os anfitriões em uma semifinal, enquanto que os alemães duelariam contra os soviéticos.

O encanto português acabou na semifinal, ao perder por 2 a 1 para os ingleses, em um jogo onde Eusébio pouco apareceu, apsar de ter marcado o gol de honra de pênalti já no fim do jogo. A Inglaterra enfrentaria na final a Alemanha, que derrotou a União Soviética de Lev Yashin pelo mesmo placar, com gols de Haller e Beckenbauer. Portugal ainda contentou-se com o terceiro lugar, liderado novamente pelo craque Eusébio, que marcou um gol na vitória por 2 a 1 sobre os soviéticos.

No dia 30 de julho, 93 mil espectadores aguardavam pela final, que não decepcionou a ninguém pela emoção. Haller abriu o placar para os alemães quando o jogo mal começara e logo depois Hurst empatou. Já no final do segundo tempo, Peters virou para os ingleses, levando o público ao delírio. Mas a Alemanha empatou quando o jogo já terminava. Uma prorrogação tensa aguardava a todos. Hurst marcou um dos gols mais polêmicos da história das Copas: a bola bateu no travessão e caiu em cima da linha.

O juiz suíco Gottfried Dientz, após titubear um pouco, confirmou o gol inglês, levando os alemães ao desespero e esfriando seus ânimos. A Alemanha não conseguiu mais reagir, e Hurst marcou ainda mais um gol, confirmando o título dos inventores do futebol em seu próprio templo.

VIII Copa do Mundo - 1966 - Inglaterra

Campeão: Inglaterra
Vice: Alemanha
3º: Portugal
4º: União Soviética

Período: de 11 a 30 de julho de 1966
Total de jogos: 32
Gols marcados: 89
Média de gols: 2,78 por partida
Artilheiro: Eusébio (Portugal) - 9 gols

Público total: 1.614.677 pagantes
Média de público: 50.459 pagantes

O Brasil: 11º lugar - 3 jogos (1V e 2D), 4GP/6GC
Jogos: Primeira fase: Brasil 2x0 Bulgária (Pelé e Garrincha)
Brasil 1x3 Hungria (Tostão; Bene, Farkas e
Brasil 1x3 Portugal (Rildo; Eusébio (2) e Simões)

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Rapidinhas das seleções

Repescagem - A Fifa divulgou as datas das repescagens das Eliminatórias. Na Ásia, o quinto colocado enfrenta a Nova Zelândia em 10 de outubro e em 14 de novembro. Já o quinto da América do Sul joga nos dias 14 e 18 de novembro contra o quarto da Concacaf. Nas mesmas datas, os oito melhores segundos colocados da Europa se enfrentam por mais quatro vagas.

Argentina - A Conmebol anunciou uma suspensão de quatro partidas ao atacante Angel Di María, do Benfica, por ter sido expulso apenas sete minutos após sua entrada em campo, substituindo Maxi Rodríguez, na derrota da Albiceleste para a Bolívia em La Paz. Com a punição, Di Maria está fora das partidas contra Colômbia, Equador, Brasil e Paraguai, próximos quatro compromissos da seleção comandada por Diego Maradona.

Inglaterra - Fabio Capello terá que recorrer à terceira opção para defender o gol da Inglaterra nas partidas de junho das Eliminatórias. Para os jogos contra o Cazaquistão e Andorra, o treinador não contará com Ben Foster, que passará por cirurgia para reparar ligamento do pé, nem com David James, que optou por realizar uma operação no ombro. Com isso, Robert Green, que teve ótima temporada no West Ham, mas ainda não tem muita experiência pelo English Team, herda a vaga. Ele atuou pela seleção em duas oportunidades – a última no amistoso de fevereiro contra a Espanha.

República Tcheca - Frantisek Straka foi escolhido novo treinador no lugar de Petr Rada, que foi demitida no mês passado após os fracos resultados nas Eliminatórias. Rada foi demitido dia 8 de abril, uma semana após a derrota por 2 a 1 para a Eslováquia. Straka, ex-jogador do país, vestiu a camisa da seleção 35 vezes, antes de treinar Sparta Prague, Ceske Budejovice, Teplice e Plzen, assim como o clube austríaco Tirol Innsbruck. Seu primeiro desafio será em casa, contra Malta, dia 5 de junho.

Costa do Marfim - O sérvio Vahid Halilhodzic, técnico da seleção da Costa do Marfim, anunciou a pré-convocação de 31 jogadores para as partidas contra Guiné e Burkina Faso, válidas pelo grupo E da Fase Final das Eliminatórias Africanas. As partidas serão disputadas, respectivamente, em 7 e 20 de junho. No dia 13, os Elefantes ainda jogarão um amistoso contra Camarões. A relação final, de 25 jogadores, será anunciada no dia 25.

Áustria - O atacante Ivica Vastic, do LASK Linz, decidiu encerrar sua carreira no final da temporada, aos 39 anos. Vastic, nascido na Croácia, representou a Áustria na Copa do Mundo de 1998 e na Eurocopa de 2008. Em 50 partidas pela seleção, ele marcou 14 gols. "Seu corpo te dá os sinais, e após dezoito anos como profissional já posso facilmente me aposentar", confirmou Vastic, que pretende seguir carreira como treinador.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Inglaterra oficializa candidatura para Copa de 2018

A Football Association lançou oficialmente nesta segunda, em Wembley, a candidatura à sede da Copa de 2018. Os ingleses, favoritos disparados para receberem o Mundial, apostam na infra-estrutura já existente, nos modernos estádios construídos nos últimos anos e no patamar atual do futebol inglês, com os melhores clubes do mundo.

O popstar e jogador nas horas vagas David Beckham foi escolhido, numa decisão bastante óbvia, como garoto-propaganda da candidatura inglesa para receber a segunda Copa de sua história. O discurso é de uma campanha "transparente" para conquistar os membros do Comitê da FIFA, após os incidentes que culminaram com a derrota para a Alemanha na disputa pela Copa de 2006 - falhas e falta de informações claras e precisas no dossiê final da candidatura, além de uma boa dose de arrogância nos comentários e atitudes perante os rivais, com a certeza de que a Copa seria deles.

Sob o slogan "England united, the world invited" (algo como "Inglaterra reunida e o mundo como convidado"), os ingleses usam o mesmo mote da Euro 96: com a Copa lá, o futebol estaria de volta à sua casa, onde foi criado.

Quinze cidades candidatas e dezesseis estádios (dois em Londres) estão presentes no registro da candidatura. Com as cidades de Birmingham, Manchester, Liverpool, Newcastle e Sunderland quase certas como prováveis sedes, restariam três vagas abertas (cinco, no improvável caso de doze, e não dez estádios) para as seguintes cidades: Bristol, Derby, Hull, Leeds, Leicester, Milton Keynes, Nottingham, Portsmouth e Sheffield.

Os concorrentes da Inglaterra são Austrália, Bélgica e Holanda, Indonésia, Japão, México, Portugal e Espanha, Rússia e Estados Unidos.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

História das Copas - Inglaterra 1966 (parte I)

Os inventores do futebol foram presenteados pela FIFA com a organização do Mundial de 66. Semanas antes do início da Copa, a taça Jules Rimet foi roubada e achada misteriosamente num lixão por um cachorro chamado Pickles. Muitos, entretanto, acreditam que a história seja uma farsa, apenas para promover o torneio.

A preparação do Brasil foi bastante turbulenta, sofrendo várias derrotas em amistosos e padecendo de uma péssima organização. O técnico Vicente Feola era duramente criticado por não definir um time titular e um esquema de jogo.

Além do Brasil e da anfitriã Inglaterra, Portugal de Eusébio - que se classificara de maneira invicta eliminando os vice campeões tchecos - e Alemanha eram cotados como favoritos. Argentina, Uruguai e Chile foram os outros representantes da América do Sul, enquanto a Coréia do Norte qualificou-se de maneira heróica ao derrotar a Austrália, após a desistência da Coréia do Sul. Todavia, não era a primeira peça que os norte-coreanos iriam pregar. Na Europa, os favoritos Espanha, Itália e França se classificaram, enquanto que o México foi, mais uma vez, o representante da Concacaf.

O Brasil foi à Inglaterra a passeio. Essa é a conclusão que se pode tirar do desastre canarinho na terra da rainha. Cedendo a pressões, o técnico Vicente Feola convocou 44 jogadores para a preparação da Copa, definindo os 22 escolhidos apenas duas semanas antes do início do Mundial. Ainda com toda essa bagunça, o Brasil conseguiu vencer na estréia, derrotando a Bulgária por 2 a 0, com gols de Pelé e Garrincha, de falta. Pelé, entretanto, machucou-se logo na primeira partida, assim como havia acontecido em 62. Os zagueiros caçavam-no em campo de maneira tão feroz que o Rei conviveu com outro drama: suas únicas duas contusões sérias foram nas Copas de 62 e 66. No segundo jogo, uma derrota inexplicável para a já frágil Hungria por 3 a 1. Tostão fez o gol de honra brasileiro.

Para o jogo decisivo contra Portugal, um reforço inesperado: Pelé estava recuperado e jogaria. O técnico brasileiro sofria pressão de todos os lados e trocou nove jogadores do time que perdera para os húngaros. Novamente, Pelé foi caçado em campo e, novamente, a falta de entrosamento causada pelo despreparo custou ao Brasil a vitória: 3 a 1 para o empolgado time português, comandado por Eusébio, o craque da Copa. Era o fim do sonho do tri consecutivo.

A eliminação do Brasil na primeira fase não foi a única - e nem a maior - surpresa dessa Copa. Os norte-coreanos aprontaram o que, se levadas em conta as condições, foi a maior zebra da história das Copas. Após perderem para a União Soviética por 3 a 0 e arrancarem um empate sofrido com o Chile, a Coréia do Norte enfrentou a Itália, favorita do jogo, sem muitas pretensões. Talvez o salto alto tenha sido o fator principal que custou a vitória aos italianos: no final do primeiro tempo, Doo Ik Pak marcou o gol histórico que eliminou a Squadra Azurra da Copa. Mas as façanhas coreanas, acreditem, não pararam por aí.

No grupo 1, os anfitriões ingleses classificaram-se sem dificuldades após 2 vitórias e um empate, juntamente com o Uruguai. O México conseguiu dois empates e terminou na frente da França, embora ambos tenham sido eliminados. No Grupo 2, Alemanha e Argentina se classificaram, em mais um fracasso espanhol. Estavam então definidas as quartas-de-final: Inglaterra x Argentina, União Soviética x Hungria, Alemanha x Uruguai e Portugal x Coréia do Norte.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Craques das Copas - Johan Cruyff



Poucos jogadores têm a honra de serem comparados com Pelé, Maradona e Beckenbauer. Apesar de nunca ter conquistado a Copa do Mundo, este holandês é um desses jogadores, tendo conquistado fama mundial com seu futebol. O nome dele? Johan Cruyff.

Johannes Hendrikus Cruyff nasceu em Amsterdã e, com 12 anos, após a morte de seu pai, decidiu que seria jogador de futebol para ajudar a sua família. Conseguiu um lugar nas categorias de base do Ajax, onde sua mãe trabalhava, ainda quando tinha apenas 7 anos e, aos 13, abandonou os estudos para dedicar-se somente ao futebol. Já mais velho, foi observado pelo técnico Rinus Michels, que gostou de sua técnica e desenvolveu um trabalho de aprimoramento físico, uma vez que Cruyff era muito franzino. Logo ele ascendeu ao time principal e, aos 19 anos, conquistou seu primeiro título holandês.

Logo chamou a atenção internacionalmente por seu futebol elegante e extremamente técnico, com qualidade tanto para desarmar jogadas como para servir os companheiros e concluir para o gol. Além disso, possuía uma personalidade forte apesar do pouco estudo e nunca escondia o que pensava a respeito dos acontecimentos dentro e fora do mundo da bola. Acusado de arrogante, chegou a ser afastado do time a pedido dos seus companheiros. A verdade é que ele era uma pessoa muito inteligente, e os outros sabiam disso.

Por ser um dos maiores jogadores de todos os tempos, sua carreira na seleção foi relativamente curta: estreou em 66 e jogou apenas 48 partidas e uma Copa do Mundo. Não conseguiu levar a seleção holandesa para Copa de 70, mas foi o grande jogador do Mundial de 74 - quando marcou três gols - e decidiu não disputar a Copa da Argentina por não concordar com o regime militar existente no país.

Em 73, após conquistar seis campeonatos holandeses e três campeonatos europeus, transferiu-se para o Barcelona, onde jogou por seis anos. Após anunciar o fim de sua carreira aos 31 anos, voltou ao futebol um ano depois para jogar nos Estados Unidos por mais dois. Voltou à Espanha para defender o modesto Levante da segunda divisão e, oito anos após sua saída, voltou ao clube que o consagrou. Demonstrando o mesmo futebol de anos antes, venceu mais uma vez o campeonato holandês com o Ajax e encerrou sua vitoriosa carreira aos 36 anos no Feyenoord, onde conquistou seu nono título da Liga.

Um ano depois, já começou sua também vitoriosa carreira de treinador no Ajax, vencendo duas Copas da Holanda. Repetindo o trajeto que fez quando jogador, foi para o Barcelona em 1988, onde foi tetracampeão espanhol e campeão europeu após contratar vários holandeses como Gullit e Van Basten para o time. Em 96, deixou o clube prometendo nunca mais ser treinador, pois o stress e o cigarro já haviam obrigado-o a submeter-se uma cirurgia no coração. Apesar de ter se distanciado dos gramados, ele é e continuará sendo reverenciado por sua habilidade dentro e fora deles.

Nome: Johannes Hendrikus Cruyff
Data de nascimento: 25/04/1947
Local: Amsterdam, Holanda

Carreira:

Em clubes:
1964 a 1973: Ajax
1973 a 1978: Barcelona
1979: Los Angeles Aztecs
1980 e 1981: Washington Diplomats
1981: Levante
1981 a 1983: Ajax
1983 e 1984: Feyenoord Rotterdam

Na seleção:
33 gols em 48 jogos (33 como capitão)

Títulos:

Como jogador:
9 campeonatos holandeses
6 Copas da Holanda
3 Copas Européias

Como técnico:
4 campeonatos espanhóis
1 Copa Européia
1 Copa da Espanha
2 Copas da Holanda

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Retorno magiar*

*Texto do parceiro Rola Blog, publicado neste espaço com a autorização do autor.


A Hungria sempre foi mestra na arte de surpreender o mundo do futebol. Primeiro, com a revelação de craques como Kubala, Czibor e Kocsis, que brilharam no Barcelona nos anos 50.

Depois, comandada pelo maior dos craques húngaros, Ferenc Puskas, foi vice-campeã mundial em 1954. A derrota por 3 a 2 para a Alemanha Ocidental naquela decisão, que ficou conhecida como “O Milagre de Berna”, também pode ser considerada uma surpresa.

A Hungria jogava o melhor futebol da Copa, era favorita, ainda mais pelo fato de ter batido a própria Alemanha Ocidental por 8 a 3 na primeira fase. Na final, cedeu uma virada incrível, após sair em vantagem por dois gols.

Com pouco mais de 10 milhões de habitantes, o país já ocupou o topo do ranking da Fifa, ganhou três medalhas de ouro com o futebol em Olimpíadas (52, 64 e 68), além de outro vice-campeonato mundial, em 1938.

No entanto, a última Copa disputada pela Hungria foi em 1986, no México. De lá para cá, os craques, que abundavam no passado, pararam de surgir, e o futebol húngaro entrou em decadência.

Mas a Hungria de tantas tradições quer surpreender novamente. Nas eliminatórias para a Copa do Mundo de 2010, a seleção húngara ocupa o primeiro lugar do grupo A ao lado da Dinamarca, com 13 pontos, deixando para trás Suécia e Portugal, de Cristiano Ronaldo, que somam apenas seis.

Nesses quase 23 anos fora de uma Copa, a Hungria nunca esteve tão perto da classificação. A boa campanha deve-se principalmente às boas atuações do meia Balázs Dzsudzsák, aos gols do artilheiro Sándor Torghelle e ao comando do técnico holandês Erwin Koeman, que assumiu a seleção em abril de 2008.

“Quando cheguei, minha primeira impressão da equipe não foi nada boa. Mas isso foi mudando rapidamente, pois todos os jogadores são muito profissionais e estão motivados a levar o país de volta a uma Copa do Mundo”, afirma Koeman.

Novo Puskas?

Destaque da seleção e do PSV Eindhoven, Balázs Dzsudzsák é uma das maiores promessas do futebol húngaro.

Dono de uma canhota habilidosa, o meia-esquerda de 22 anos chega a ser comparado na Hungria ao lendário Puskas, que brilhou no Real Madrid entre 1958 e 1967.

Dzsudzsák foi revelado pelo Debreceni, onde foi tricampeão da Soproni Liga, o campeonato local, e eleito melhor jogador do país em 2007.

Ao contrário de Puskas, quarto maior artilheiro da história da seleção húngara, com 84 gols, Dzsudzsák não é muito de balançar as redes. Marcou apenas um gol pela Hungria, num amistoso contra a Grécia no ano passado.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Ranking da Fifa - Maio 2009

Não houve mudanças nas 39 primeiras colocações do Ranking da Fifa após a atualização divulgada nesta quarta-feira. Desde a edição de abril, apenas 22 partidas foram realizadas: 20 pelas eliminatórias da Challenge Cup Asiática e dois amistosos entre seleções africanas. Por isso, o que resultou em mudanças mais significativas foi mesmo a saída de resultados anteriores.

A Espanha segue liderando com ampla vantagem sobre Alemanha e Holanda, e até a final da Copa dificilmente teremos alguma mudança no primeiro lugar. A primeira alteração no ranking foi com a Polônia, que ultrapassou Costa Rica e subiu uma posição, chegando ao 40º lugar.

Com isso, as trocas maiores de posição acabaram acontecendo mesmo entre as equipes mais fracas da Ásia. Taiwan subiu 12 e chegou ao 168º lugar, graças a uma vitória sobre Brunei por 5 a 0. Enquanto isso, o Líbano foi quem mais caiu: nove posições, indo ao 159º posto, por ter perdido resultados anteriores que saíram do ranking.

A próxima lista será divulgada em 03 de junho, às vésperas de mais uma rodada das Eliminatórias para a Copa. Com apenas 21 jogos a serem disputados no período, novamente deveremos ter poucas mudanças.

Confira os 50 primeiros colocados:

1. Espanha - 1.729 pontos
2. Alemanha - 1362 pontos
3. Holanda - 1360 pontos
4. Brasil - 1281 pontos
5. Itália - 1271 pontos
6. Argentina - 1195 pontos
7. Inglaterra - 1173 pontos
8. Croácia - 1151 pontos
9. Rússia - 1117 pontos
10. França - 1074 pontos
11. Portugal - 1013 pontos
12. República Checa - 968 pontos
13. Grécia - 927 pontos
14. Turquia - 923 pontos
15. Estados Unidos - 919 pontos
16. Uruguai - 909 pontos
17. Paraguai - 906 pontos
18. Suíça - 883 pontos
19. Camarões - 871 pontos
20. Bulgária - 840 pontos
21. Israel - 836 pontos
22. Ucrânia - 832 pontos
23. Sérvia - 819 pontos
24. Escócia - 815 pontos
25. México - 803 pontos
26. Chile - 796 pontos
27. Irlanda do Norte - 795 pontos
28. Romênia - 792 pontos
29. Dinamarca - 790 pontos
30. Nigéria - 781 pontos
31. Gana - 779 pontos
32. Austrália - 776 pontos
33. Suécia - 769 pontos
34. Irlanda - 761 pontos
35. Japão - 749 pontos
36. Costa do Marfim - 743 pontos
37. Egito - 742 pontos
38. Bósnia - 737 pontos
39. Honduras - 736 pontos
40. Polônia - 724 pontos
41. Costa Rica - 721 pontos
42. Equador - 695 pontos
43. Hungria - 662 pontos
44. Colômbia - 660 pontos
45. Noruega - 642 pontos
46. Coréia do Sul - 641 pontos
47. Eslováquia - 626 pontos
48. Gabão - 616 pontos
49. Mali - 604 pontos
50. Marrocos - 593 pontos

domingo, 3 de maio de 2009

História das Copas - Chile 1962 (parte II)

Quatro anos depois do primeiro empate em 0 a 0 da história das Copas, Brasil e Inglaterra se enfrentavam novamente. Dessa vez, entretanto, o placar foi bem diferente. O Brasil deu show, principalmente com Zito e Didi no meio-campo e Garrincha no ataque, que marcou o primeiro gol aos 32. Quatro minutos depois, os ingleses empataram com Hitchens, mas Vavá, aos 9 da segunda etapa, e Garrincha novamente aos 14, acabaram com as esperanças dos ingleses: Brasil 3 a 1.

Nos outros jogos das quartas de final, a Iugoslávia, campeão olímpica dois anos antes em Roma, venceu a Alemanha por 1 a 0; a Tchecoslováquia derrotou uma decadente Hungria pelo mesmo placar e os donos da casa eliminaram a União Soviética de Yashin por 2 a 1.

Nas semifinais, o encontro mais esperado: Brasil e Chile. Os anfitriões estavam empolgados com a vitória sobre os soviéticos e anunciavam uma comemoração da vitória regada a café brasileiro, produto muito exportado na época. Garrincha mais uma vez comandou o time e o Brasil venceu sem dificuldades, por 4 a 2. O Mané das pernas tortas abriu o placar logo aos 9 minutos e ampliou a vantagem aos 32. Toro diminuiu já perto do intervalo, mas tão logo reiniciou-se a segunda etapa, Vavá marcou mais um. Os chilenos voltaram a diminuir com o artilheiro Leonél Sanchéz, de pênalti, mas a 12 minutos do fim, Vavá sepultou qualquer esperança de um empate, ao aproveitar cruzamento de Garrincha. O Brasil estava na final novamente e os chilenos, mesmo derrotados, apoiariam o Brasil na final, tamanho era o deslumbramento que o futebol canarinho despertava nas pessoas.

O outro finalista seria a Tchecoslováquia, que derrotou os iugoslavos por 3 a 1 em um jogo de público fraquíssimo para uma semifinal: 5 mil pessoas. Os campeões olímpicos dominaram a maior parte das ações do jogo, mas os tchecos abriram o placar com Kadraba logo no início da segunda etapa. Jerkovic empatou e, quando o jogo já rumava para a prorrogação, Scherer marcou duas vezes para sacramentar a classificação theca.

Na decisão do terceiro lugar, os 67 mil chilenos que lotaram o estádio Nacional em Santiago vibraram com a vitória por 1 a 0 sobre a Iugoslávia, gol marcado por Rojas, aos 45 do segundo tempo. No dia seguinte, eles lotariam novamente o mesmo estádio, dessa vez para torcer para o Brasil, mesmo eles tendo sido eliminados pelos brasileiros.

O jogo foi movimentado, com chances para os dois times e marcação cerrada por parte dos tchecos no meio-de-campo. Mas Garrincha & cia conseguiram furar o bloqueio, embora tenha sido Masopust, aos 15 minutos, quem abriu o placar. Sem se abater, o brasil empatou dois minutos depois com Amarildo, virando o jogo na segunda etapa, com Zito e Vavá. O apito final do juiz soviético Nickolaj Latychev selou o bicampeonato do Brasil, que foi recebido com muita festa na volta para casa.

VII Copa do Mundo - 1962 - Chile

Campeão: Brasil
Vice: Tchecoslováquia
3º: Chile
4º: Iugoslávia

Período: de 30 de maio a 17 de junho de 1962 
Total de jogos: 32 
Gols marcados: 89 
Média de gols: 2,78 por partida 
Artilheiros Jerkovic (Iugoslávia), Leonel Sanchez (Chile), Albert (Hungria), Ivanov (URSS), Garrincha e Vavá (Brasil) - 4 gols

Público total: 896.363 pagantes 
Média de público: 28.011 pagantes

O Brasil: CAMPEÃO - 6 jogos (5V e 1E), 14GP/5GC
Jogos: Primeira fase: Brasil 2x0 México (Zagallo e Pelé)
Brasil 0x0 Tchecoslováquia
Brasil 2x1 Espanha (Adelardo; Amarildo (2))
Quartas-de-final: Brasil 3x1 Inglaterra (Garrincha (2) e Vavá; Hitchens)
Semifinal: Brasil 4x2 Chile (Garrincha (2) e Vavá (2); Toro e Leonel Sánchez)
Final: Brasil 3x1 Tchecoslováquia (Amarildo, Zito e Vavá; Masopust)